quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Depois de um tempão...

Sim, o blog ficou parado por séculos. Não, não esquecemos dele. É que ultimamente nós andamos sem tempo, tanto que nossos blogs particulares também andaram meio parados... mas aqui vai: o primeiro capítulo de uma série e a promessa de que ela vai ser terminada!!!

Sobre vampiros e partos

I – Tenebrus



Já ouviu falar em hormônios? Duas palavrinhas que controlam o relacionamento de um casal: estrogênio e progesterona. Atire a primeira pedra quem nunca sofreu com as TPMs e cólicas menstruais de uma mulher, seja ela sua namorada, esposa, amiga, irmã, mãe, prima, etc. Agora, se você está se achando o mais infeliz dos pecadores por ter que agüentar os hormônios da sua cara-metade, tenho uma péssima notícia pra dar: espere só até ela ficar grávida!

Quando uma mulher fica grávida, doses cavalares de hormônios começam a transitar no seu sangue, algo próximo a um engarrafamento da Marginal Tietê às seis da tarde. O que transforma nossas meninas, geralmente tão dóceis e carinhosas, em feras sanguinárias. Quando não estão quebrando travessas de aço na sua cabeça, estão chorando por tudo e por nada, gastando rios de dinheiro com inutilidades ou tendo vontades.

Não é que não tenha suas compensações, muito pelo contrario, é realmente incrível. Tanto que só depois de uns dois anos que você vai reclamar de ter saído às duas da manhã pra procurar doce de melancia verde com leite condensado, ter que sair cedo do trabalho pra ir fazer compras com ela e carregar mais de vinte sacolas no ônibus na hora de voltar, agüentá-la durante nove meses dizendo o quanto você é imprestável e insensível, e é claro, aturando a mãe de todas as frases feitas das grávidas reclamonas:

- Você me trata desse jeito, mas sou eu quem tá carregando um filho seu na barriga!

Desabafos feitos, vamos começar com os fatos.

x-x-x-x


Tudo começou com uma briga. Siiim, meninos e meninas, com uma briga. Discutimos feio a Angel soube que eu sou irmão daquele rascunho mal-feito e borrado de vilão. E quando (depois de cinco meses!) nos reconciliamos... bom... é... foi exatamente isso que você está pensando... mas tão logo nos lembramos que ela não tinha lembrado de tomar a “pílula”, tivemos que correr pra sala de reuniões da Cidadela, fomos presos, Bóris apareceu...

Resumindo: não deu pra fazer nada a respeito... e de repente ela me fala que tá grávida! Tá, eu fiquei super contente (quem não ficaria, afinal, eu ia ter um filho – na verdade dois, como fiquei sabendo mais tarde – com a mulher da minha vida), mas passado o choque e a euforia do momento, e as... “comemorações” que fizemos, a coisa me atingiu com força total.

Foi mais ou menos aos três meses de gravidez. Eu acordei e mais cedo, levantei da cama e entreabri a janela. Olhei para Angel, que dormia sossegada, com um leve sorriso no rosto. Usava uma camiseta minha como pijama, o que a deixava mais absurdamente encantadora, parecendo uma garotinha. Eu sorri. Mas então, a realidade daquela situação caiu sobre a minha cabeça com uma panelada.

CACETE, EU VOU SER PAI!

E foi uma panelada de Hulk, que fique bem entendido. Forte o suficiente para me derrubar no chão, de boca aberta, sem fala.

Eu não ia ter um filho. Não, desgraça pouca é bobagem. Eu ia ter DOIS filhos. Gêmeos, com o ultra-som tinha comprovado no dia anterior.

Céus, como eu me meti nessa confusão?

Passei as mãos pelo rosto com força.

- Aconteceu alguma coisa, meu amor?

Ergui o rosto, e vi Angel meio deitada na cama, protegendo os olhos da claridade com uma das mãos. Não pude evitar um sorriso. Tinha acabado de lembrar exatamente como e porque tinha acabado com uma namorada grávida na minha cama. E não estava nem um pouco arrependido.

-Nada, meu anjo. – pensei em me levantar, mas achei melhor não: os ossos das minhas pernas pareciam ter sido substituídos por geléia. – nada mesmo.
- Então vem cá.

Estendeu-me os braços, como uma criança, e eu tive que levantar. Percebi, aliviado, que conseguia me manter de pé e andar normalmente, apenas com um leve tremor nos joelhos. Voltei pra cama e me sentei ao lado dela. Beijei-a no rosto.

- Dormiu bem?
- Dormi.
- E os bebês?
- Também, eu acho – ela sorriu um sorriso capaz de fazer estrelas, sol, cometas e companhia ilimitada ficarem roxos de inveja – mal posso esperar por quando eles começarem a se mexer.

Ela me abraçou, e eu deitei na cama, segurando-a pela cintura. Angel recostou a cabeça em meu peito, e ficou estranhamente imóvel. Senti algo úmido escorrendo na minha pele, e ela soluçou.

- Angel, você tá chorando?
- Não, é um vazamento no hidráulico. É claro que eu to chorando, seu imbecil!

Ela se sentou, agora chorando desenfreadamente. O quarto chilique, só naquela semana. Estava começando a ficar repetitivo.

Puxei-a para um abraço, mas ela me empurrou e se levantou da cama. Foi para janela e ficou ali, de costas para mim, ainda chorando, só que em silêncio, seus ombros subindo e descendo com os soluços. Eu me levantei e fui até ela. Acariciei suas costas.

- Fica calma, minha linda, fica calma. Eu tô aqui com você.

Abracei Angel, e ela tentou se soltar. Segurei-a com um pouco mais de força, até que acabasse cedendo. Chorou tudo o que tinha direito e mais um pouco, até se acalmar. E quando finalmente acabou, deu um bocejo imenso: por algum motivo ainda desconhecido para mim, minha namorada sempre fica morta de sono depois de uma crise de choro.

- Tenebrus...
- Hum?
- Me desculpa, eu exagerei.
- Tudo bem, relaxa. Isso tudo deve estar mexendo com seus nervos, bem mais que com os meus... – Beijei-a na nuca – que tal tomarmos o café na cama?
- Desde de que você vá fazer, por mim, está ótimo.
- Você manda e eu obedeço, meu anjo.

Peguei uma camiseta limpa na gaveta (geralmente ela não se incomodava se eu ficasse andando pela casa só de cueca, mas ultimamente andava encrencando com minhas cicatrizes), vesti e fui preparar o café. Já estava no fim do corredor, quando ouvi:

- Tenebrus...

Voltei correndo para o quarto. Encontrei Angel sentado na cama, com cara de gatinha-sem-dono:

- Me arranja uma polenta com molho de chocolate?

x-x-x-x


E isso foi só o começo. Depois da polenta com chocolate veio a batata-frita com danone de coco, o sorvete de morango com cobertura de açúcar cristal, a rabanada com catchup, o pão-doce com manteiga de cabra e por aí foi. Nos mudamos para um sítio no interior do Paraná depois que ela completou seis meses de gravidez, por que era mais tranqüilo (o parto ia ser em casa, com a ajuda de Matheus). Mas acabei me arrependendo...

Estava tendo um sonho maravilhoso, que envolvia meu irmão, uma queda do cavalo e uma fratura exposta no fêmur (N.A.: o amor fraternal entre os Whitney é lindo...), quando senti um cutucão nas costelas.

- Ah mãe, me deixa dormir...
- Tenebrus, acorda.
- Cala a boca, mãe, não fui eu quem derrubou ele...
- TENEBRUS, ACORDA LOGO!

Mais uma cutucada, e essa doeu! E foi só aí que eu lembrei que minha mãe não me chamava de Tenebrus, não falava português e tinha morrido há 200 anos...

- Que foi? – perguntei, anda não totalmente acordado.
- Eu tô com vontade de comer pizza.

Oh, Drácula, porque me abandonastes? Sentei na cama, esfregando os olhos e tentando acordar de vez.

- Pizza?
- É...

Olhei feio pra ela, pronto pra xingar, gritar e esbravejar, mas aqueles olhos verdes (como sempre) me desarmaram. Naquele instante cheguei a uma importante conclusão: as mulheres (em especial a minha mulher ) deveriam ser proibidas de dar esse olhar meio de choro, meio de desculpas, ao mesmo tempo que fazem beicinho como uma criança mimada.

- Tá certo – foi, contra a minha vontade, tudo o que consegui dizer.

Levantei e me vesti, imaginando pra onde será que tinham ido minhas madrugadas tranqüilas, durante as quais eu podia dormir sossegado, sem me preocupar com onde diabos eu ia achar uma torta de mortadela com cobertura de goiabada ou algo assim, para onde tinham ido as noites calmas, em que eu podia abraçar minha garota e fechar os olhos sabendo que ela não acordaria de repente, chorando como se o mundo estivesse prestes a acabar, para quando eu perguntar o motivo dizer que eu sou tão sentimental quanto uma cenoura e não sabia pelo que ela estava passando, etc., etc., etc...

Quando fechei o zíper da jaqueta já estava mais calmo. Abri uma fresta na janela e espiei para fora. O vento frio quase congelou meu nariz, e eu resolvi trocar a jaqueta por um sobretudo e pôr luvas. Sim, meus caros, ela ia me fazer enfrentar no mínimo 3 horas para ir e 3 para voltar de inverno paranaense em cima de uma moto, pra buscar pizza, em plena uma e quinze da manhã!

POR QUE EU NÃO PODIA NASCER GAY?!

- Tenebrus...

Olhei para ela, forçando um sorriso, já conformando: eu não era gay, os gêmeos que Angel esperava eram meus filhos, lá estava ela com uma barriga gigantesca de seis meses, e eu não podia fazer nada a respeito, além de ir buscar a tal pizza.

- Vai querer do quê, meu anjo?
- De atum com cebola.
- Tá.

Eu já estava saindo do quarto, e só quando fechei a porta que o sono me deixou compreender totalmente o sentido do que ela tinha dito.

Atum com cebola. Cebola. Angel odeia cebola, quase tanto quanto odeia Bóris. No macarrão, na carne, no frango, no peixe, na salada e na pizza. Um pedacinho milimétrico é o suficiente para fazê-la ter ânsias de vômito por quase meia hora.

E ela me pede uma pizza de atum com cebola!

Entrei no quarto.

- Angel, eu ouvi direito? Você falou mesmo que quer cebola?
- Falei. – coçou a cabeça – eu sei que não gosto, mas... deu vontade.
- Ah... tá certo. Já vou buscar.

Ela sorriu e me soprou um beijo. Eu ri, e tornei a sair do quarto. Nos últimos meses eu andava pensando que esse negócio de vontades não passava de um método ( extremamente eficiente, diga-se de passagem ) de chamar a atenção e encher o saco, mas ver Angel pedindo para comer cebola provava o contrário...

O que aconteceu? Enfrentei o frio e os oitenta e três quilômetros que nos separavam da pizzaria 24 horas mais próxima, é claro... quando cheguei, Angel estava sentada à mesa, bebendo refrigerante, e não me viu entrar.

- Vai ficar com cólicas, bebendo tanto gás.

Ela deu um pulo de dez centímetros na cadeira, e eu ri:

- Ei, vai com calma, eu nunca fiz um parto na vida!

Minha garota deu uma risadinha.

- Também não é pra tanto eu só me assustei. Cadê a minha pizza?
- Tá aqui, sua interesseira chantagista.

Pus a caixa em cima da mesa, e ela abriu. Pegou um pedaço e começou a comer. Eu apoiei os braços na mesa, cruzados, deitei a cabeça neles e fiquei olhando para Angel. O sol que nascia emprestava um colorido suave ao rosto dela, refletindo em seus cabelos, tornando seus olhos verdes quase dourados. Tive vontade de me socar quando lembrei de tudo o que quase tinha dito quando ela me acordou. Depois da minha adolescência prolongada de 240 anos, durante a qual eu usei e abusei do trinômio “sexo, drogas e rock ’n roll”, finalmente tinha encontrado minha paz, minha maturidade, meu porto seguro. Anna Carolina Van Helsing, uma menina de olhos verdes e cabelo escorrido, sotaque interiorano arrastado, ingênua, espontânea, corajosa, determinada e às vezes meio chorona e cabeça-dura. Pelo visto eu tinha encontrado nela a minha alma gêmea...

- Amor você trouxe mostarda?

... ou não.

Fim

terça-feira, 6 de novembro de 2007

De início...

... uns continhos (bem "inhos"!), pra ir aquecendo. Enjoy it!
P.S.: Comentários são muuuito bem vindos!!!

A Invasão

Marta, Fillipe e Scott estavam assistindo televisão na sala. Um filme antigo, sobre alienígenas.
- Fujam todos! Os alienígenas estão invadindo a Terra! Os alienígenas estão invadindo a Terra!
Marta levantou de seu lugar no sofá e saiu da sala.
Após alguns instantes, Scott decidiu ir atrás da irmã. Encontrou-a no quarto, sentada no chão com vários cartazes.
- O que está fazendo?
- Ora, os alienígenas não estão vindo para a Terra? Estou fazendo cartazes de boas vindas.

x-x-x-x

A Mudança

Ainda me lembro do dia em que meus irmãos saíram de casa.
Scott:
- Mãe, já está na hora de termos nossa independência.- Mas filho, não quero que se sintam obrigados a ir. Vocês podem ficar sem problemas...
Fillipe suspirou:
- Nós sabemos, mãe, mas já tomamos nossa decisão.
Eles pegaram as malas e saíram, sendo acompanhados por mim e pela minha mãe.
Fill acenou e eles atravessaram a rua...
Scott tirou a chave do bolso e abriu a porta da casa em frente...
Uma distância que até hoje oprime meu coração.

x-x-x-x
Afogamentos
(Alexandre saindo do banheiro, com a camiseta pendurada no ombro, enxugando o cabelo na toalha. Encontra Marcelo no corredor)
Marcelo - Ué, Alex, você tomou banho??
Alex (expressão cínica) - Não, caí no vaso sanitário e quase me afoguei!
Marcelo (olhar preocupado) - Nossa... Ainda bem que você conseguiu sair!
Alex (suspira) - Você não tem salvação mesmo, Celinho...
Marcelo (olhos arregalados) - Puxa, então ainda bem que não fui eu quem caiu na privada!
x-x-x-x

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

OIE!

Ciao, amores
Esse blog é, na verdade, uma tentativa de duas garotas, que pretender atualizar sabe-se lá quando, postando sabe-se lá o quê...
Gostamos de vampiros, de assombrações, de suspense, de mistérios e de Harry Potter. Falar mal de qualquer um dos citados é arriscar-se a ter uma morte extremamente dolorosa, portanto, cuidado com os comentários!!!
Ah, é, esse blog é proibido para pessoas normais!
Acho que é só. Enjoy the trip!